Ilha Fiscal no Rio de Janeiro: tudo sobre a visita

Quando fui ao Rio de Janeiro pelo primeira vez e vi a Ilha Fiscal, um castelinho lindo sobre o mar, fiquei curiosa para saber o que era e visitar. Demorou várias viagens à cidade maravilhosa até que eu realizasse esse desejo.

Hoje vou contar tudo o que você precisa saber para visitar a Ilha Fiscal, local onde aconteceu o último Baile do Império, que contou com a presença de Dom Pedro II, da Princesa Isabel e as personalidades do Brasil Imperial.

Ilha Fiscal – Visita

A Ilha Fiscal do Rio de Janeiro pertence à Marinha do Brasil e faz parte do Complexo Cultural da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM). Por conta da pandemia de Covid-19 os dias e horários de visitação foram reduzidos.  Visite o site da Marinha para ver a disponibilidade. Na semana em que fomos os tours estavam saindo de quinta à domingo.

Há tours que chegam lá de escuna e de ônibus, que saem em horários diferentes. Confira:

  • Escuna: partidas às 13h, 14h15 e 15h30.
  • Microônibus: partidas às 13h10, 14h30 e 15h45

Mas como eu disse, olhe antes o site pois os horários variam, tá? Os tours saem do Espaço Cultural da Marinha, no início do Boulevard Olímpico, entre o Largo da Candelária e a Praça XV. Para te orientar ele fica mais ou menos na direção da Igreja da Candelária, próximo à Pira Olímpica.

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A luz do fim de tarde na Ilha Fiscal é maravilhosa

Ilha Fiscal –  ingressos e preços

  • Inteira – R$ 36,00
  • Meia entrada – R$ 18,00
  • Grátis para crianças até 2 anos, acompanhante de pessoas com deficiências físicas, visuais, auditivas e mentais, guia de turismo com grupos.

    Quem paga meia entrada: menores de 21 anos, estudantes com carteira de identificação estudantil, maiores de 60 anos, professores, pessoas com deficiência, jovens cadastrados no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico, Militares das FA, Forças Auxiliares e seus dependentes.  A comprovação é realizada por meio do documento de identificação da Forças

    Para visitar apenas o Espaço Cultural da Marinha, sem visitar a Ilha Fiscal, os preços são os seguintes:

  • Inteira – R$ 12,00
  • Meia entrada – R$ 6,00

Espaço Cultural da Marinha

Espaço Cultural da Marinha

O local antigamente abrigava as antigas docas da Alfândega, sobre uma área aterrada na segunda metade do século XIX. Foi inaugurado em 20/01/1996 e abriga parte do acervo da Marinha do Brasil.

Chegando no Espaço Cultural da Marinha, você vai validar seu ingresso e pode visitar as aeronaves e embarcações que ficam ali. São eles:

  • Aeronave de interceptação e ataque (avião caça)
  • Carro de combate Cascavel
  • Contratorpedeiro Museu Bauru (no momento ausente para manutenção)
  • Helicóptero Sea King
  • Nau dos Descobrimentos
  • Submarino Museu Riachuelo
  • Museu do ECM – Fechado (em obra de recuperação do píer)

Ali tem banheiros e uma lanchonete. É importante comprar aqui bebidas e alimentos, pois na Ilha Fiscal não há nada à venda.

Cerca de 20 minutos antes da visita eles chamam para o embarque e o grupo se dirige para o barco ou para o ônibus. Nós fomos de barco (no site está designado como escuna).

Dica: venta bastante no trajeto. Leve uma jaqueta ou blusa para se proteger.

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Espaço Cultural da Marinha

Ilha Fiscal – História

Depois de uns 15 minutos no barco pela Baía da Guanabara, chegamos à Ilha Fiscal e a contornamos, podendo observá-la de todos os ângulos. Desembarcamos e as pessoas foram divididas em dois grupos, para evitar aglomeração. A visita é guiada e muito interessante. Nossa guia sabia muito e então iniciou-se nosso mergulho na História.

A Ilha fiscal foi construída para ser a alfândega do Rio de Janeiro, então capital do Império, seguindo os padrões estéticos e arquitetônicos populares no período, no estilo gótico-provençal, com agulhas e ameias medievais. Foi encomendada por D. Pedro II a Adolpho José Del Vecchio, engenheiro-diretor de Obras do Ministério da Fazenda. O imperador solicitou que ela não conflitasse com a paisagem da Serra do Mar.

A guia nos conta detalhes sobre a construção do Castelo, enquanto visitamos as salas no seu interior. Boa parte da visita foca no grande evento que aconteceu ali: o Baile da Ilha Fiscal, também conhecido como O Último Baile do Império. A festa aconteceu no dia 9/11/1889 e a Proclamação da República rolou apenas 6 dias depois, em 15/11/1889.

Quem fizer a visita de escuna chega à Ilha Fiscal com essa vista e contorna a ilha toda

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O Último Baile do Império

A festa foi em homenagem ao Chile, aproveitando a passagem do navio chileno Almirante Cochrane” pela capital. O Brasil buscava uma aliança com o país. Também aproveitou-se para celebrar as bodas de prata da princesa Isabel e do Conde d’Eu.

Toda a sociedade do Império estava presente. Foram convidadas 5 mil pessoas e muitos tentaram entrar como penetra. Conta-se que esgotaram-se as roupas finas das lojas do Rio de Janeiro. Salões de beleza e barbeiros ficaram super lotados com os convidados. Moradores ficaram ali na Baia da Guanabara observando a chegada dos convidados do grande evento. A coroa não costumava fazer grandes eventos e bailes, e esse foi bastante luxuoso para o padrão deles.

Segundo a guia, nas mesas, havia 9 taças para diferentes vinhos e bebidas. Apenas as pessoas mais importantes sentaram-se às mesas. Muitos degustaram o banquete de pé.

Os números desse banquete são impressionantes (bem, eram 5 mil pessoas para alimentar hahaha): 800 kg de camarão, 300 frangos, 500 perus, 64 faisões. 1200 latas de aspargos, 20000 sanduíches, 14000 sorvetes, 2900 pratos de doces, 10000 litros de cerveja, 304 caixas de vinhos, champanhe e bebidas diversas.

Duas bandas tocaram no lado de fora do castelo. Todas as janelas estavam abertas para que o som entrasse nos salões, onde todos dançavam. Enquanto a galera se divertiam, o Império estava com seus dias contados.

Por essas salas os convidados dançaram no Último Baile do Império

Também visitamos o torreão, que se acessa por uma escada caracol com 38 degraus. O torreão conta com abóbadas ogivais e vitrais coloridos de cristal inglês, que mostram o Imperador, ladeado entre os brasões genealógicos da Casa Imperial Brasileira e da Casa de Saxônia, e a Princesa Isabel, ladeada entre os brasões da Casa Imperial Brasileira e a Casa de Orléans.

O torreão do Palácio com sua arquitetura gótica e vitrais

No fim do passeio temos 30 minutos livres para tirar fotos e ficar por lá. Como era fim de tarde, nós curtimos o pôr do sol, que estava lindo.

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