Um rolê na Galeria do Rock em São Paulo

A Galeria do Rock em São Paulo é um ícone da cidade e parte importante da minha adolescência e possivelmente da vida de toda galera do rock, punk, gótico, skate e hip hop de sampa.

Apesar de ser conhecida como Galeria do Rock, o nome oficial do prédio inaugurado em 1963 é Centro Comercial Grandes Galerias e ele tampouco era o centro da galera do rock no seu início. Na época o centro comercial abrigava uma centena de alfaiates e comércio têxtil.

Foi só em 1976, ano em que eu nasci, que abriu a primeira loja punk, a Wop Bop. E ela já chegou causando, trazendo brigas entre punks, skinheads e headbangers, que além de sair na mão abusavam do álcool e das drogas. A administração e os lojistas não ficaram nada contentes e proibiram mais lojas do tipo na galeria.

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Mas o tempo passou e chegou a moda dos discos. Não demorou para que várias lojas de discos se instalassem ali e sua herança musical se estabelecesse. O lugar virou um ponto de encontro das tribos, especialmente nos fins de semana.

Eu muitas vezes saía de Santo André e ia para a galeria procurar CD’s importados, acessórios diferentes, ver o povo do rock e ficar matando tempo ali. Foi na galeria que fiz meu primeiro piercing (e no fim acabou sendo meu único) e fui lá acompanhar várias amigas que foram se perfurar ou se tatuar em alguma das várias lojas de tattoo e piercing no prédio.

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As lojas

Teve períodos de decadência e épocas melhores. Foram-se os anos do vinil, vieram os CD’s, e depois com a chegada da música em formato digital as lojas de música foram fechando ou se adaptando. Aumentaram as roupas, acessórios, bonecos. Algumas lojas de discos como a Baratos Afins e a Animal Records permaneceram e já são parte da história.

São 450 lojas que estão distribuídas com certa lógica no prédio. O subsolo é a área da galera do hip hop e salões especializados no público afro. O térreo reúne as lojas de skate e tênis populares com o povo que anda sobre rodas. Entre o primeiro e o terceiro andares estão as lojas rock and roll e no quarto andar as lojas de serigrafia e estampas.

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Por elas passam cerca de 35 mil visitantes por dia. Já não compro mais cd’s ou vinis, mas acho sensacional para comprar presentes ou peças diferentes. É para lá que corro quando uma amiga vai ter bebê para comprar as roupinhas infantis roqueiras mais bacanas no Brasil!

Tem uma loja que vende só produtos dos Beatles. Também uma loja especializada em mangás. É legal ver as mudanças ao longo dos anos, absorvendo novos estilos e públicos.

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O prédio da Galeria do Rock

O prédio é um capítulo à parte. Ele foi projetado por Alfredo Mathias e tem formas onduladas e espaços amplos que facilitam a circulação. Há duas entradas, uma pela rua 24 de Maio e outra pela São João e dos seus corredores e sacadas vemos o centro de São Paulo. Os pisos são obra do artista plástico Bramante Buffoni e até a iluminação compõe o visual do edifício. Recentemente o prédio ganhou o Jardim do Rock, uma área no topo do prédio para o plantio orgânico.

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Informações práticas para visitar a Galeria do Rock

Endereço
Av. São João, 439 – República
Metrôs próximos: República, Anhangabaú, São Bento

Horário
Segunda à sexta, das 10h às 18h30
Sábados, das 10h às 18h
NÃO ABRE em feriados nacionais!

Site da Galeria do Rock


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