A sede da ONU em Nova York, um monumento às ideias

De longe, o programa mais legal e inesquecível que fiz em Nova York foi visitar a sede da ONU, em Manhattan. Foi um dia muito especial que recordo com imenso carinho e recomendo a todos que forem visitar a Big Apple. Chegar lá é tranquilo usando o metrô (tem que dar uma andadinha, mas nada demais).

Quando eu fui, era possível ir sem agendar a visita e optar por não comprar o tour guiado, mas dei uma espiada no site e parece que as regras mudaram. Agora é preciso comprar os ingressos por antecedência e o tour guiado não é mais opcional.

O ingresso custa 22 dólares, mas apresentando carteirinha de estudante (eles aceitaram a minha), dá pra pagar mais barato.

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Espero que eles tenham mudado o áudio do tour guiado. Quando visitei achei que as gravações contam a história da ONU superficialmente e não estão à altura do impacto do que você vai ver.

Algumas dicas importantes: Quando eu fui, tinha muita fila e na hora do almoço os tours são interrompidos. A ONU fica num lugar meio deserto (achamos um subway num cantinho) e escasso de restaurantes, então o melhor mesmo é programar-se para ir de manhã e tomar um café reforçado.

Outra coisa é que a segurança é aquela coisa chata dos prédios de Nova York; vá como se estivesse indo entrar num avião, porque vai ter revista completa e é preciso ter paciência.

Depois de passar pelos solícitos (só que não) funcionários da segurança, você estará oficialmente em território internacional. Isso significa que aquele pedacinho ali de Nova York também é seu e de todas as 193 nações que compõe a organização.

E vai perceber, logo na entrada, que a sede da ONU é um monumento às ideias, que está ali para escancarar suas posições políticas. Em pleno estado de sítio permanente pós-onze de setembro, bem na entrada existe uma escultura de um revólver com um nó no cano. A paz é uma das grandes bandeiras da ONU e eles não fazem questão de esconder isso de ninguém.

Adentrando o prédio, logo no saguão, as paredes estão tomadas com fotos de todos os secretários-gerais. Não resisti e fiz um clique com o Kofi Annan.

Logo depois tem um pouco da parte histórica da ONU e do prédio, nada demais e aí começa a parte realmente legal: as exposições nas salas. Essa é definitivamente a parte mais memorável de todas, porque todo mundo sabe que na prática a ONU tem pouco poder para impedir guerras, para resolver problemas, mas mesmo assim todo aquele prédio é dedicado a mostrar sem pudor, ostensivamente, o poder das ideias, e ninguém ali teve medo de tomar partido.

As salas da ONU em Nova York

Cada sala é dedicada a uma bandeira que a ONU levanta. É muito difícil não se sentir impactado pelas mostras em cada uma porque o conteúdo é forte.

Na sala anti armamento nuclear, estão em exposição moedas derretidas no calor da bomba de Hiroshima e as frases na parede deixam muito clara a postura da ONU em relação a isso: Não existe segurança para a humanidade enquanto continuarmos a cultivar o armamento nuclear.

Na sala que se dedica a contar a história da luta das mulheres no mundo, a realidade do quanto ainda somos alienadas dos nossos direitos mais básicos ao redor do mundo vai te acertar que nem um trem.

Não tem como olhar para o outro lado e fingir que não é com você; grande parte da população mundial é invisível, sofre tortura, é despida de seus direito e não consegue competir de igual para igual.

Para nós, mulheres do mundo ocidental que estamos na luta diária por mais igualdade é um belo lembrete de que existem irmãs espalhadas pelo mundo que precisam sempre da nossa força para conquistar coisas que já temos.

A essa altura eu já estava com a garganta embargada, mas quando entrei na sala da guerra, eu não aguentei e me emocionei mesmo. Nem deu pra sentir vergonha quanto as lágrimas caíram, diante das fotos de pessoas que estão enfrentando os horrores da guerra, especialmente nos países africanos.

Dois pontos marcantes: A foto de uma criança africana mutilada por uma explosão de mina que parece olhar dentro da sua alma e o depoimento de um refugiado que é de rasgar o coração.

Depois, é hora de seguir para um tour rápido pelas salas do Conselho de Segurança e Assembleia Geral (se não estiver tendo seção). A sala da Assembleia é lindíssima, e dá um friozinho na barriga pensar que você está pisando onde presidentes do mundo todo pisaram e pisam.

No finalzinho, uma passada pela lojinha. Eu vou falar que não sou nem um pouco fã de comprar tranqueiras de lembrança, mas essa lojinha vale muito a pena. Além de brindes legais e diferentes, a coleção de livros disponível para ser comprada é muito bacana.

São livros sobre os temas políticos mais variados e eu comprei dois que figuram entre os meus favoritos. Eles são caros, mas se estiver com uma graninha a mais, é um bom lugar para uma gastança!

Ao fim da experiência, não vou mentir, você pode estar se sentindo um pouco esfolado por dentro. Mas o mais incrível é ver aquele prédio inteiro que só existe para perpetuar ideias, ideias de paz e igualdade. E por mais que a realidade seja dura e difícil é só olhando para ela de frente que vamos conseguir transformá-la.

SEDE DA ONU EM NOVA YORK

Visitação: de segunda à sexta das 9h às  16h45
Finais de semana das 10h às 16h45
Endereço: 1st Avenue entre a 42nd e 48th Street.
Entrada para a visita guiada é na 47th Street com 1st Avenue.
Nos finais de semana não há visita guiada e o acesso ao Visitor Centre se dá apenas pela 43rd Street com 1st Avenue.
Preços: Adultos $22,  acima de 60 anos $15, estudantes $15, crianças de 5 a 12 anos $13 (preços checados em novembro 2017)
Site: http://visit.un.org

Qual moeda levar para Nova York

Nos Estados Unidos, a moeda utilizada é o Dólar e a melhor pedida para câmbio é, sem dúvida, usar o cartão multimoedas pré-pago da Wise. É um cartão Visa que funciona no modo débito com senha ou aproximação.

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