Roteiro completo de São Luís (Maranhão)

Chegamos a São Luís do Maranhão e tivemos a impressão de estar chegando em alguma cidade de Portugal! As casas azulejadas formam um dos maiores conjuntos arquitetônicos de influência portuguesa da América Latina. São 3.500 prédios do século XVIII. Quer ver como é bonito? Assista ao vídeo!

Essa viagem foi feita em parceria com a Taguatur Turismo que organizou todos os nossos passeios no Maranhão com o maior capricho! Aqui a gente com as queridas Virgínia e Daiana no escritório da Taguatur em São Luís  <3

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Como chegar ao centro de São Luís

Os voos chegam no Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado. Nós chegamos num voo vindo de Belém, no Pará. Os táxis cobram preços fixos para a cidade.

A corrida até o centro da cidade leva vai ou menos 30 minutos e até os hotéis na Ponta D’Areia cerca de 40 minutos. De ônibus você pode pegar a linha São Cristóvão. O ponto do busão está na frente do aeroporto. A viagem até o centro dura cerca de 40 minutos.

Quando ir?

São Luís está muito próxima do Equador e é quente o ano todo. Mesmo no inverno estará quente. Talvez seja interessante seguir o calendário das festas típicas. Em junho acontecem os arraiais, que são festas muito bonitas.  É nessa época que rolam as famosas apresentações de Bumba Meu Boi.

Eles nos falaram que estão esticando as festas juninas até julho para pegar o pessoal que vai nas férias de julho. No mês de maio tem a festa do divino em Alcântara, que também é um evento que vale a pena conferir. Se na viagem você também for visitar os Lençóis Maranhenses, dá uma lida nesse post para planejar sua ida.


Onde se hospedar em São Luís

A primeira coisa é pensar qual é seu perfil e o que você quer privilegiar durante sua visita à cidade: centro histórico ou praias? Nós gostamos de ficar no centro histórico, visitar os museus, ficar andando e vendo as construções antigas… Sem falar que São Luís é a cidade dos azulejos e eles estão no centro histórico!

Por isso escolhemos a Pousada Colonial, no centro. Tem um post completo aqui sobre como foi nossa estadia lá. Se você preferir praia, terá muitas opções na parte nova da cidade, com hotéis que oferecem infra estrutura moderna, normalmente de frente para o mar.

Fizemos um post bem completo com 6 opções de hotéis e pousadas ótimos em São Luís, você pode ler aqui: Onde ficar em São Luís – dicas de hospedagem.

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Nós escolhemos ficar no centro histórico e seus azulejos lindos

O Centro Histórico de São Luís

Nós estávamos preocupadas antes de chegar pois tínhamos lido muitos posts dizendo que o centro estava abandonado, sujo e tudo caindo aos pedaços. Mas encontramos as coisas bem melhores e ficamos felizes.

A prefeitura andou fazendo obras novamente, instalando câmeras de vigilância para melhorar a segurança, as ruas não estavam sujas… Tem muitos casarões precisando de reforma pois são muitas construções muitas antigas, e muitos deles tombados pela UNESCO. Nos últimos anos tem rolado uma debandada para a parte nova da cidade e um certo desinteresse dos moradores pelo centro histórico, o que não ajuda.

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A Rua Portugal à noite. Notem que não tem um papel no chão.

Assim que chegamos encontramos nosso guia José de Ribamar que nos levou para conhecer o centro histórico. Nosso ponto de encontro foi em frente a Casa do Maranhão, construída para abrigar o Tesouro Público Provincial.

Hoje tem uma exposição sobre a cultura maranhense. Se você também quiser fazer o guia pelo centro com o José de Ribamar é só pedir para a Taguatur organizar pra você! :)

E então começamos a caminhada pela Rua Portugal, com seus casarões azulejados. A primeira parada foi a Casa do Nhozinho. Ainda era muito cedo e o museu estava fechado, mas o moço deixou a gente entrar para ver pelo menos o andar térreo.

Ali havia uma coleção de embarcações típicas do Maranhão, além de uma exposição belíssima de fotografia. O museu reúne peças de artesanato indígena e brinquedos dos séculos XVIII e XIX. Seu Nhozinho foi um artesão maranhense, que se destacou por fazer rodas de boi de buriti.

O museu funciona das 9h às 18h, mas não abre às segundas. Na Rua Portugal fica também o Museu de Artes Visuais.

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Casa do Nhozinho


Notem que no centro histórico quase tudo fica fechado às segundas, então se estiverem na cidade nesse dia, aproveite para visitar as praias, Alcântara, Raposa e São José de Ribamar.

Em seguida paramos no Mercado das Tulhas, uma espécie de feira que fica num prédio de 1820 e pega um quarteirão todo. Ali se encontra peixes e camarões, artesanato, tiquira (a arguadente tradicional do Maranhão, feita a partir da mandioca), ervas, castanhas e comidas…

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A tiquira, aguardente feita de mandioca.

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Barraquinha de temperos no Mercado das Tulhas.

De volta à rua, não passe batido pelo Beco Catarina Mina, uma célebre escrava que conseguiu juntar dinheiro, comprar sua alforria e se tornar senhora de escravos. Ela mantinha um comércio nesse beco, que tem uma escadaria de pedras de lioz do século XVIII.

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No fim da Rua Portugal, pegamos à direita na Rua da Estrela e caminhamos até a Praça Nauro Machado. Esta foi a área que mais rodamos nos dias que ficamos em São Luís. Essa região foi revitalizada com o projeto Reviver e está bem arrumadinha.

À noite sempre ficava movimentada e descíamos para comer ali nas barraquinhas de rua. E uma dica do nosso guia foi o Cafofinho da Tia Dica, onde comemos um risoto de bacalhau que estava absolutamente divino. Tem outros barzinhos por ali para sentar e tomar uma cerveja. Sem falar nos vendedores de bebidas.

Foi aqui que tomamos um drink muito especial, chamado xoxota (sim!!!), que gerou uma conversa bizarra com o dono da barraquinha)! O drink à base de vodca levava leite condensado, nesquik de morango e açúcar. A mistura era boa, mas a vodca vagabunda era de dar medo! rs

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Aqui na praça pegamos ainda uma apresentação de Bumba-Meu-Boi. Durante as festas populares você vai pegar alguma apresentação aqui. No local fica o teatro João do Vale. Tem uma escadaria grande onde a galera fica sentada observando o movimento.

Na rua da Feira da Praia Grande (que sai da praça) tem uma série de barracas de comidas típicas para você provar a culinária maranhense. Falando na culinária local, você precisa experimentar o arroz de cuxá, um arroz que leva camarões secos, vinagreira (uma folha verde que parece maconha rs), gengibre e pimenta de cheiro. Você vai encontrar em todo lugar. É bem gostoso e super típico do Maranhão.

Fomos subindo em direção ao centro administrativo de São Luís e visitamos o belo Palácio dos Leões, hoje sede do governo do Maranhão e residência do governador. Na real este prédio de arquitetura neoclássica se chama Forte de São Felipe, mas ganhou seu apelido por causa das esculturas de leão que ficam na sua frente.

É possível fazer uma visita guiada (gratuita, oba!) e conhecer o interior com sua bela mobília e decoração. As visitas acontecem o dia todo de segunda à sexta, mas nos fins de semana apenas no período da manhã.

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Fachada do Palácio dos Leões

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Um dos leões que dá o nome ao Palácio!

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O interior do Palácio dos Leões onde é possível fazer uma visita guiada gratuita.

Aproveite para desfrutar da vista da Baía de São Marcos. Se você for em horários distintos, vai ver a diferença da maré, que é surpreendente. Já falamos sobre isso nos outros posts sobre o Maranhão… Ali o mar chega a ter diferença de 7 metros e o visual muda muito com a maré alta e a maré baixa!

O Palácio fica na Av. Pedro II. Logo ao lado dele você avistará o Palácio La Ravardière, onde funciona a prefeitura da cidade. É um dos prédios mais antigos na área, construído em 1689. Na frente dele fica o busto de Daniel de la Touche, fundador de São Luís.

Do outro lado da rua está o prédio do Fórum e a Capitania dos Portos, duas construções interessantes. Seguindo pela avenida você vai ver o Tambor de Crioula do Mestre Amaral.

O bate umbigo rola às terças e sextas, mas começa tarde, então venha preparado para entrar noite adentro. Nós até pegamos uma sexta na cidade, mas foi o dia que chegamos dos Lençóis Maranhenses. Acordamos muito cedo, estávamos exaustas e não aguentamos acordadas até depois da meia-noite  :(

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O Tambor de crioula é um das tradições do Maranhão

No fim da avenida está a Catedral da Sé, construída em 1762 e com seu belo altar talhado em ouro. Você vai encontrá-la facilmente com sua cor amarela. E agora aqui no prédio está também o Museu de Arte Sacra, que antes ficava ao lado do Museu Histórico. Ele reúne peças de ouro nos estilos rococó e neoclássico.

Ao lado tem uma praça onde fica o centro de atendimento turístico. Vale uma passadinha para pegar mapa e material sobre São Luís. Dali você vai ver o Restaurante-Escola Senac, que serve ótima comida. Às quintas e sextas abre na janta também, mas nos outros dias apenas na hora do almoço.

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Catedral da Sé vista da praça.

Continuamos a caminhada até a Fonte do Ribeirão, construída em 1796 para fornecer água para a população. A fonte fica entre as Ruas do Ribeirão e Rua dos Afogados. Existem várias lendas sobre suas galerias subterrâneas. Alguns dizem que serviam para transporte e fuga dos escravos e comércio de ouro e pedras, além de servir para a comunicação entre os frades.

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Outra lenda diz que existe uma serpente encantada morando nas túneis da galeria embaixo da fonte e cesce sem parar. Quando o cauda encontrar com sua cabeça, destruirá a ilha de São Luís.

Bem pertinho, na rua do Sol, está o Teatro Arthur de Azevedo, um dos mais antigos do Brasil. Com arquitetura neoclássica, foi inaugurado em 1817. Infelizmente não pudemos entrar pois estava fechado para reforma e só pudemos ver sua fachada.

Ainda na Rua do Sol você pode visitar o Museu Histórico e Artístico do Maranhão. O museu está no Solar Gomes de Souza, que data de 1836, e abriga mobiliário, porcelanas e obras de arte. Custa R$ 5 para entrar.

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E então pegamos a Rua Grande, principal rua comercial, aquelas que todo centro tem, cheia de lojas populares, sistemas de som e muita gente andando. Tem um lugar que você precisa visitar! O prédio onde hoje está a loja Marisa, abrigou um teatro lindo. Por dentro está preservado e é super bonito. Entre para ver! Mas não pode tirar foto, infelizmente.

Lagoa da Jansen

Atravessando a ponte José Sarney (tudo no Maranhão leva o nome dos Sarneys e chega a ser piada, risos nervosos) você vai para a nova área da cidade, onde fica a maior parte dos hotéis.

Não dá para escapar da Lagoa da Jansen, que fica ao seu lado direito. No entorno dela tem barzinhos e o mirante da Lagoa.

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A Lagoa da Jansen

As praias de São Luís

Para sua esquerda estão as praias. A primeira é a Ponta D’Areia, onde fica o Espigão Costeiro. Aqui há um calçadão, ciclovia, quiosques e uma praça onde assistimos um show com apresentações maranhenses, como o Boi Bumbá, o Tambor de crioula e o Bicho-Terra.

Na sequência vem São Marcos, Calhau, Caolho e Olho D’Agua. A Avenida Litorânea é arrumadinha, o calçadão todo arborizado e cuidado. Tem áreas de recreação para crianças e vários restaurantes e bares que ficam lotados à noite.

As praias são poluídas e impróprias para banho, mas as pessoas se banham mesmo assim. Vimos muitos praticantes de kite surf e surfistas também.

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Praia de São Marcos

Adoramos São Luís, sua gente simpática e sua comida deliciosa. Agora queremos voltar para os arraiais de São João!

Agradecemos à Taguatur Turismo pela parceria e pela viagem maravilhosa que organizaram para nós! :D


Outros posts da série Maranhão:

 – O que fazer em São Luís – roteiro e dicas

– Onde ficar em São Luís: dicas de hotéis e pousadas

– Onde ficar em Barreirinhas: Pousada do Buriti

– O que fazer em Alcântara – roteiro e dicas

– Atins: a próxima Jericoacoara


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